FFXIV | Contos da Dragonsong War: O sonho e a sonhadora

Tales from the Dragonsong War – The Dreamer and the Dream
Contos da Dragonsong War: O sonho e a sonhadora

Uma coisa tão minúscula, pensou Ysayle enquanto aninhava o cristal na sua palma. Como a mais pura água transformada em gelo… Ela o apertou com toda sua força e então lentamente abriu a mão. Voltando seu olhar para os céus, ela suspirou e continuou em frente.

Por pedras rachadas e degraus ancestrais. Da última vez que caminhei por este caminho, eu não estava sozinha. Através de arcos antigos e sobre pedras caídas O defensor, o diplomata, o dragoon…e a sonhadora. Passando pelo aetheryte girando e rumo à rampa sinuosa. Quão longe viajamos… tudo em vão.

“Isto não passa de uma sombra conjurada por tua própria fantasia.”

Zenith foi onde tudo encontrou o seu fim – onde seu amado a chamara de impostora e tola. Onde seus companheiros deram as costas à paz.

Quão desesperadamente ansiamos por aquilo que perdemos.

 

“Escute… Sinta… Pense… “

Ela havia buscado refúgio da neve em Dravanian Forelands, e enquanto vagava por aqueles campos não familiares se viu por acaso de encontro com o grande dragão Hraesvelgr, descido dos céus para caçar. Ou talvez isso de alguma forma também era o plano Dela?

Através das memórias dele, ela vislumbrou a verdade por trás de uma mentira milenar.  Um eterno réquiem cantado para sua irmã assassinada. O que poderia eu fazer além de denunciar tal história? E então, após anos de meias heresias abafadas, de missivas codificadas e encontros noturnos, ela ganhou um bando. “Redenção não está além de nós, meus amigos! Venham e escutem a verdade! Venham e escutem a Lady Iceheart falar!”

“Espalhar a verdade e eliminar aqueles que a esconderam. Estava tão certa de que seria o bastante…”

“Homens sempre se afeiçoaram a mentiras.”

Ysayle sentiu os olhos de Hraelvelgr sobre ela enquanto a voz dele ressoava em sua mente, cada palavra uma adaga perfurando o seu coração. Não suportava olhar.

“Eu tinha de acreditar…”

Ela não sabia quais eram as intenções do Ul’daniano. Mas viemos muito longe para recuar agora. E então a barganha foi fechada, o mercador forneceu-lhes suprimentos e as informações que requisitaram. Enquanto o lorde comandante e seus aliados comemoravam a vitória, eles terminariam o que Vishap começara. E assim o fizemos.

Fogo e sangue. E gritos… tantos gritos. Os meus se juntam ao coro, clamando por ordem, clamando por justiça… mas não há nenhuma a ser obtida. Homens lutam, homens correm, homens morrem – sem razão, sem lógica. Eu falo, mas eles não escutam. Eu vejo a garota, não mais que 10 anos, escondendo-se entre os escombros. O dragão também a vê. Eu suplico. Eu imploro. Eu rezo…

Eu rezo.

Enfim, ela fala. “Eu deturpei suas memórias em uma fantasia de minha própria criação para promover sonhos egoístas.”

“Foi para isso que tu vieste? Para implorar por perdão?”

“Não,” ela responde, erguendo a cabeça para encontrar com o seu olhar. “Eu vim para expiar.”

Como vim da outra vez, com aqueles que julgava serem meus inimigos. Eles foram aliados mais verdadeiros que qualquer um cheio de ódio da Horda…

“Eu iria até eles – para o Warrior of Light e os outros. Eu ajudaria em sua causa mais uma vez. Mas não sei para onde foram…”

O grande dragão a olhou em silêncio por um tempo. “O dragoon carrega o olho do meu irmão de ninhada para Azyz Lla… e seu par.”

“Então você pode os sentir,” ela diz, com uma pitada de acusação. “Eu lhe rogo, pois: entregue-me aos meus camaradas, deixe-me juntar à sua luta!”

Hraesvelgr mostrou os dentes levemente. Aquilo foi um sorriso? “Tal poder nunca fora destinado aos homens. No entanto, sempre o desejarão. Tens tu a força para negar-lhes tal desejo?”

Ela procurou por uma superfície familiar em sua bolsa, extraindo conforto da frieza do cristal. Uma coisa tão minúscula. “Eu tenho,” disse enfim. “Empreste-me tuas asas, Hraesvelgr!”

Mal havia pronunciado tais palavras quando se viu em uma mente que não a sua.

Em céus azuis-celeste nós voamos, a risada dela como uma música aos meus ouvidos. Ao dobrar minhas asas e mergulhar, ela me agarra com força, pressionando seu rosto contra minhas costas. “Empreste-me tuas asas,” ela pediu, embora fossem suas para comandar. Minha gentil Shiva-

Ysayle piscou. A expressão do grande dragão era indecifrável. Ele sabe. Hraesvelgr baixou sua cabeça e ela subiu em suas costas sem uma palavra.

Abro minhas asas, tensiono minhas pernas, e empurro… Sim… Eu me lembro…

Ela tentou desesperadamente esquecer.

 

Horas se passaram enquanto o céu ficava escuro e nublado. Ao longe, uma luz brilhou. Que luz viesse a pressagiar tal escuridão…

A voz de Hraesvelgr veio a ela. “Ele bebeu do poder do Olho.”

À medida que se aproximavam, ela pôde discernir uma pequena aeronave no centro de uma massa de aether rodopiante. O redemoinho preto avermelhado cresceu em intensidade, acompanhado por um zumbido crescente, então subitamente desapareceu ao som de vidro quebrando ecoando pelos céus.

“Devemos nos apressar!” Ysayle gritou, esforçando-se para ser ouvida além da cacofonia. “Abaixo deles, olhe!”

Uma massiva nave de guerra Garleana surgiu das profundezas e se posicionou atrás da aeronave menor. Em um instante, o ar estava pesado com tiros de canhão.

Não… não dessa maneira! Não dessa maneira!

“É chegada a hora de usar o presente de Hydaelyn,” ela sussurrou, sacando o cristal de sua bolsa.”Muito sangue foi derramado em meu nome. E para quê? Por uma causa falsa que criei pela falta do calor de companhias.” Ela o agarrou contra o peito e sentiu o frio se infiltrar em sua pele. “Santa Shiva… Hraesvelgr… por favor, perdoem esta tola. Mas mesmo agora, não posso abandonar meu sonho – meu sonho de um amanhã em que nenhuma criança precise congelar sozinha na neve.”

Com um rugido, Hraesvelgr a carregou para bem acima da nave de guerra. Com um suspiro, Ysayle fechou os olhos e o soltou.

Nunca mais eu machucaria outra pessoa, eu jurei. Nunca mais a morte mancharia minha consciência…

Ysayle o sentiu escapar enquanto ela caía, milhares e milhares de fogos florescendo ao seu redor. Lentamente, ela abriu os olhos. “Obrigada, Hraesvelgr.” E me perdoe.

E então ela falou.

“Ó deusa nascida dos meus sonhos e esperanças. Por uma última vez, eu lhe rogo! Preencha este receptáculo com sua luz! Acalme o ódio em nossos corações e nos abençoe com graça eterna!”

O cristal se funde em luz e somos uma novamente. Cálida. Minha mente fica turva, minha essência enfraquece, mas me agarro às memórias.

Em céus azuis-celeste nós voamos mais uma vez…

 



Fonte: https://na.finalfantasyxiv.com/lodestone/playguide/#side_storyes
Traduzido por Arius Serph @ Behemoth
Revisado por Yu Kisaragi @ Behemoth

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