Saudações de chegada! No passado, o detentor do título de Overlord, demônio mais forte de um Submundo, e Tyrant, mais forte entre Overlords, um vampiro orgulhoso assolava o mundo humano instigando medo no coração de todos, até que um dia parou de beber sangue.
E agora se alimenta de sardinhas.
A nossa review de hoje acompanha Valvatorez, Instrutor de Prinnies e Senhor de Hades em sua jornada de… bem, muitas coisas, como todo Disgaea se propõe e realiza de maneira única.
Sem deixar de agradecer a NISA pelo envio da chave para a review, muito obrigado, NISA!
PS: Se houver algum viés, vem do fato de Disgaea 4 carregar, para mim, a melhor história dentre todos os Disgaeas há muito tempo.
História
Trabalhando como um Instrutor de prinnies, almas humanas que devem pagar por todos os seus pecados antes de reencarnar, ou seja, o patamar mais baixo da existência dos Submundos, Valvatorez, um vampiro que não mais bebe sangue, leva o seu cotidiano na base de treinamentos diligentes e tarefas tortuosas para estes seres azuis.
Sendo um demônio orgulhoso que zela por nunca deixar de cumprir uma promessa sequer, não importando para quem seja, a aventura começa quando o Governo ameaça um extermínio em massa de todos os prinnies, o que inviabilizaria sua promessa de “uma sardinha por uma rotina de tarefas bem sucedidas”, logo a única solução é acabar com o Presidente do Submundo.
Em uma série de promessas espontâneas e sinceras, com uma party composta por um lobisomem leal, uma humana que se recusa a aceitar a realidade, uma final boss em treinamento, o próprio filho da Morte, uma anja gananciosa, Valvatorez lidera a Hades Party por diversos cenários até o seu destino final.
É importante notar que, diferente da maioria dos títulos da série, Valvatorez é um protagonista que não “cresce” junto da party, ele é um personagem de convicções formadas e por meio disso é que as pessoas ao redor se juntam em torno dele, portanto, a história de Disgaea 4 é mais matura neste ponto.
Sobre a maneira que a narrativa ocorre, o padrão desde o primeiro título é mantido, onde interações entre personagens ocorrem em telas dubladas como as de visual novel seguidas de lutas pelo mundo.
Por fim, uma das partes legais da Complete+ é já vir com todas as DLCs, incluindo a que conta o passado de Valvatorez, que deixa tudo muito mais legal e imersivo, definitivamente uma boa pedida.
Gameplay
Em sua jornada de intrigas políticas com fim de despor o atual presidente e cumprir sua promessa com os prinnies, Valvatorez passa por diversos mapas relacionados com o objetivo em questão no momento, seja invadir a “CIA” para consertar o ‘M’ no lugar dos dois ‘N’ (Prinny) na notícia da rebelião (sim, ir ao equivalente da polícia que expediu a notícia, bater neles por não escutarem e corrigir o erro) para que não houvesse informações erradas no anúncio, típico Valvatorez.
A cada fase concluída, um novo espaço no Cam-Pain HQ fica disponível. Este HQ é onde o jogador pode posicionar Evil Symbols que garantem funcionalidades, como tomar menos dano de determinadas habilidades, garantir parte da experiência de um abate a outro integrante, entre outros.
Suas unidades de batalha também são colocados nesse grid e os efeitos que cada um recebe depende da área de influência do símbolo. Tentando simplificar, gerenciar onde colocar os símbolos para que as unidades que o jogador queira que tenha as habilidades específicas é a chave.
Diferentemente da review do Disgaea 6, onde expliquei a função de todos os NPC’s (que aqui se traduzem em Evil Symbols), no Disgea 4 estes estão ligados com a progressão da história ou certas ações em batalha, logo, as listar aqui seria um mini spoiler ao verificar que existem certas coisas que não liberou.
Classes
O jogo conta com aproximadamente 40 classes genéricas divididas entre humanóides e monstruosas, cada uma tendo 5 evoluções cujo status base vão aumentando e novas habilidades ficam disponíveis.
Levando em consideração que a versão Complete+ disponibiliza personagens tanto de outros jogos ou que de certa forma participaram da história do jogo, temos por volta de 80 classes, definitivamente garantindo um grau satisfatório de diversão para os jogadores que desejam testar vários tipos de composição de equipe.
Combate
Para além das voltas insanas que a história dá, outra marca registrada na série Disgaea é a riqueza de possibilidades estratégicas em seu combate. No presente título, temos:
- Magichange: Um monstro se tornando uma arma? Temos.
- Fusion: Monstros se juntando para formar um monstro maior mais forte? Temos.
- Giant Magichange: Um monstro gigante fusionado se transformando em uma arma? Temos.
- Dual Giant Magichange: Dois monstros gigantes fusionados se transformando em duas armas permitindo atacar duas vezes? Temos!
- Tower Attack: Habilidades e animações únicas para golpes com personagens stackados um em cima do outro.
- Oito tipos diferentes de armas: De punhos a pistolas, cada qual com seu arsenal diferente de habilidades.
Mais especificamente da parte tática há elementos como Geoblocks espalhados por mapas, os quais tem efeitos diversos como causar dano, aumentar atributos, invencibilidade, recuperação, buff gerais específicos para aliados ou inimigos, etc e a maneira em que os turnos se comportam, sendo o primeiro do jogador onde pode mover todas as unidades livremente dentro da área disponível a cada um, engatilhar sua ação, seja um ataque normal/especial, levantar/jogar alguém, defender/proteger um aliado para depois ser o dos oponentes, que terão à disposição exatamente as mesmas opções que dão as camadas de complexidade necessárias para além dos números.
Por fim, uma série de upgrades na qualidade de vida em relação às versões anteriores foram feitas nesta versão, mas que fazem sentido apenas para quem chegou a pegar a versão de PSVITA ou PS3, para você, caro jogador antigo, apenas digo: tomando como exemplo, tá bem menos pior de chegar na Land of Carnage (eu sei por ter feito o processo no PS3, no PS4 e no PSVITA). Para os prinnies de primeira viagem, você pode ajustar a velocidade em que as habilidades ocorrem durante o combate entre 2x/3x/4x/.
Música e aspectos visuais
Com aproximadamente 40 músicas em seu arsenal, Tenpei Sato, nome referência na franquia Disgaea por ter sido responsável por todas as músicas até então, as composições do quarto título não apenas mostram o lado descontraído do jogo, que não hesita por um momento ao quebrar a quarta parede, como também o tom mais maturo de alguns personagens (inclusive algo no começo desta música me lembra Lua Azul do Réquiem dos Cristais).
Já para o visual, além das animações 2D dos golpes overpower destruindo duas galáxias e a taberna da esquina, temos o upgrade dos sprites dos personagens para HD. A opção de voltar para uma qualidade SD fica disponível também, caso curta mais o visual dos jogos antigos da série. Disgaea 4 é democracia.
Considerações finais
Disgaea é conhecido pela maneira irreverente de lidar com as suas histórias, e aqui não foi diferente. As aventuras e desventuras de seguir uma pessoa que nunca quebra promessas, não importando o quão insana ela possa parecer, são divertidas e levam a locais inusitados.
Pelo seu caráter íntegro que não vê lados, sejam leis do mundo dos demônios, dos humanos ou divinas, nada fica no caminho do vampiro fanático por sardinhas, sua fonte principal de energia e, de acordo com ele, razão de ser forte.
Com sua música usual, diversas habilidades, grande número de classes, acesso a histórias extras que contam do passado e futuro de nossa Hades Party, além dos aumentos em qualidade de vida do jogo, Disgaea 4 Complete+ é a melhor maneira de conhecer o melhor personagem principal de todos os 7 títulos. lançados.
Talvez ele ficasse decepcionado pela falta de referências à magnitude das sardinhas, mas isso, deixo para vocês no jogo, até lá, さらばだ!
Esse texto é uma contribuição do player Arius Serph @ Behemoth.