Ramuh, há quanto tempo está entre nós?
Hoje tratamos da letra de um primal diferente; tranquilo, protetor, cuidadoso, Ramuh é o Deus do Trovão e do julgamento. Suas letras tem um significado interessante e trataremos dele aqui.
Lembrando que neste texto teremos spoilers para conteúdo após o fim da história principal do A Realm Reborn e do início ao fim do arco do Ramuh nos patches de conteúdo! Então siga por sua conta e risco! :]
A música
*para ouvir a música desde o começo de play e click em Tocar no Spotify!
Thunder Rolls
Ula menida tula oh
Tela omnida tula ei
Ona ramuhda deme os
Nola tulama tela ei
Soul without a name, heed my call
Sin doth stain the hearts of us all
The worm hath burrowed deep and hath grown
Soon he too shall reap what is sown
Step into the storm, know its mercy
Let the wind and the rain crash down over thee
Lightning bright, thunder bold
Guiding us forevermore
Soul fallen from grace, ware thee well
Judgment thou must face, thine own hell
The worm stirreth within, black as night
Breeding deeper sin, foul its blight
Soul, thine end is nigh. Take mine hand
All life must return to the land
Lingered hath the worm, overlong
Purge thy flesh of fear and be strong
Step in from the storm, praise its mercy
Let the sting of the rain ne’er stray far from thee
Lightning bright, thunder bold
Freeing us forevermore
Now lift thine heavy head and vanquish thy sorrow
Lightning doth strike
Thunder doth roll
Now turn thy gaze ahead and look to the morrow
Lightning shall strike
Thunder shall roll on
Trovões
Ula menida tula oh (Jardim Respeitável/Grisalho, Lorde da Luz)
Tela omnida tula ei (Teu advento sufoca a noite temerosa)
Ona ramuhda deme os (A cruel queimadura, sua pira brilha)
Nola tulama tela ei (Castigada pela valentia cegante do Trovão)
Alma inomeável, ouça meu chamado
O pecado suja todos os nossos corações
O verme enterrou-se fundo e cresceu
Logo ele também colherá o que plantou
Pise ante a tempestade, conheça sua piedade
Deixe o vento e a chuva desabarem sobre ti
Relâmpago brilhante, trovão audaz
Guiando-nos eternamente.
Alma caída da graça, fortifique-se bem
Julgamento precisas encarar, seu próprio inferno
O verme mexe-se por dentro, negro como a noite
Procriando pecado mais profundo, uma praga imunda
Alma, teu fim se aproxima, pegue minha mão
Toda vida precisa retornar à terra
Vivido foi o verme, excessivamente
Purifique tua carne do medo e seja forte
Pise ante a tempestade, conheça sua piedade
Deixe a dor da chuva nunca afastar-se de ti
Relâmpago brilhante, trovão audaz
Libertando-nos eternamente.
Agora levante tua cabeça pesada e subjulgue tua tristeza
Relâmpago vai acertar
Trovão irá ressoar.
Agora vire-se e observe um novo amanhecer
Relâmpago deve acertar
Trovão deverá ressoar.
Entendendo a Letra
Ramuh em todas as suas aparições sempre foi um Deus do Relâmpago que procura julgar as criaturas que se aproxima, e no Final Fantasy XIV não é diferente. Considerado pelas Sylphs um deus justo, nem todas procuravam a invocação de Ramuh. Um pequeno grupo de sylphs temperadas (as violetas) se mantinha separado de Little Solace e, mesmo assim, foram relutantes com sua invocação, pois não consideravam as outras raças uma ameaça. A própria aparição de Garuda e Moggle Mog não foi suficiente para convencê-las a completar a invocação, que só viria a ser finalizada com a grande quantidade de refugiados fugindo para o Black Shroud – território das sylphs. E ainda assim Ramuh não partiu para a ofensiva, recusando a agir ofensivamente em favor das Sylphs violetas pois apenas defenderia-as quando fosse necessário. O combate com Warrior of Light aconteceu apenas como um julgamento para mostrar a Ramuh ser suficiente para proteger a todos em meio a crise.
Ao ser derrotado, Ramuh se retira, reconhecendo Warrior of Light como campeão de Eorzea e que seria aquele capaz de restaurar a paz. Isso demonstra bem o alinhamento do Primal que, similar a poucos outros que aparecem depois na história, não procura objetivos próprios ou apenas conflitos, mas sim proteger sua raça em favor de um bem maior: a paz em Eorzea. Por conta disso, Ramuh drenava o mínimo possível de aether da terra para atrasar o mínimo possível a recuperação de Twelveswood após a calamidade.
Apesar disso tudo, o primal ainda era considerado uma ameaça: não sabia-se quanto tempo permaneceria na defensiva e, mesmo reduzindo o aether que era drenado, ainda era suficiente para causar dano à floresta, como as próprias sylphs bem sabiam. Para piorar, Ramuh tocava as mentes das sylphs, roubando-as de sua liberdade própria.
A música mostra bem a personalidade do primal em sua composição, tanto em sua letra quanto com seus versos lentos e contidos, mostrando certa tristeza no que é cantado: um julgamento triste ante as outras raças de Eorzea, sentimento também demonstrado por certa xenofobia das sylphs violetas.
O início da música é cantado na língua das Sylphs, também apontando que os versos da canção são cantados por elas. A partir da segunda estrofe vê-se o cântico chamando pelo ouvinte – o jogador – para conhecer o Julgamento de Ramuh, comentando também sobre o verme, aquele que destrói as árvores e bosques, se enterrando e crescendo, sendo uma alusão ao pecado, como também dito na mesma estrofe. Em seguida, nos versos seguintes, temos o convite para pisar ante a tempestade, uma alusão ao Deus da Tempestade, para limpar seu pecado através de seu julgamento – e possivelmente morte nele. Por fim, temos no final da música os versos que indicam o julgamento de todos através do trovão, em um novo amanhecer, substituindo a indicação futura com uma versão mais imediata: o relâmpago deve acertar e o trovão irá ressoar.
Extras
Uma curiosidade rápida é de que Ramuh é baseado em Rama, sétimo avatar de Vishnu e personagem da história de Ramayana, na religião Hindu. Na história, Rama é um jovem sábio e bondoso, que acaba se casando com uma jovem chamada Sita e banido do reino por conta do pedido da mãe de um de seus irmãos. Segue então para viver na floresta por 14 anos acompanhado por Sita e seu irmão mais próximo, Lakshmana. Tanto os traços de personalidade de Ramuh, seus traços de sábio e bondoso, quanto seu exílio na floresta são referenciados em FINAL FANTASY XIV (como em outros jogos da série): Ramuh nunca deixa a floresta de Twelveswood e é apenas um protetor para as Sylphs, não partindo para a ofensiva, mesmo sendo esse o desejo das Sylphs violetas.
Ramuh é da trindade de invocações mais conhecida nos jogos, compartilhando o posto com Ifrit e Shiva. Desde os primeiros jogos os 3 estão presentes de alguma forma em quase todos os jogos, não sendo diferente em FINAL FANTASY XIV.
Preciso jogar mais FF, fico com a mania de rejogar os meus favoritos (FFX, FFXII, Tatics Advance) e acabo não conhecendo alguns aspectos da franquia. Esse é um dos primals que eu não conhecia.