OXENFREE II | Review

Saudações de chegada! Uma pacata cidade costeira se encontra com o céu como nenhum outro, com uma fenda espaço-temporal ameaçando toda a existência daquilo que sabem, souberam ou saberiam.

OXENFREE retornou com o seu segundo título no dia 12 de julho, e, cabe à você, decidir que rumo esta aventura para lá de sobrenatural irá tomar. E o melhor, inteiramente legendado em português!

Mas antes da loucura, temos de agradecer a Theogames, Night School Studio e Netflix pelo envio da chave para a review, Muito.obrigado.!

(É tudo tão tranquilo e bonito, Até.Nós.Estarmos.AQUI)

História

Você é Riley, uma pesquisadora ambiental que retorna à sua cidade natal e acaba responsável por investigar sinais de frequência de rádio que estão causando efeitos estranhos em equipamentos eletrônicos. Mas a história não para por aí.

Desde cartazes de pessoas há muito tempo desaparecidas, os relatos de um culto chamado Ascendência rodeiam Camena. Com um histórico de mortes trágicas, a Ilha Edwards logo ao lado complementa o ambiente tão inquietante quanto as ondas misteriosas no ar.

Dois elementos são relevantes para a maneira que a história se desenvolve e como nós a percebemos. Para a primeira, o título traz um sistema de dialogo que não circunda entre uma opção “boa/neutra/má” e sim apresenta alternativas palpáveis, realísticas,  mas que cabem no escopo da narrativa. Além disso, a própria história é de fato moldada por essa série de escolhas, há o sentimento de responsabilidade por seus atos, palavras, e como afetam as pessoas e o mundo ao redor.

Para a segunda, seria a dublagem. Como jogadores, podemos nos desprender da noção de realidade ao acompanharmos as falas dos personagens de algum jogo, o que é normal, pois consideramos a essência do que é falado e não a forma. Entretanto, OXENFREE II apresenta sua narrativa por meio de falas que são perceptivelmente orgânicas, tal qual seu amigo estivesse realmente conversando com o jogador.

Aliando estes dois pontos às legendas em português, as reviravoltas e a história  macabra enterrada que se nega a ser apenas isto, uma história enterrada, o jogo é “vivo” na maneira de transmitir a barreira entre o real e o insano de forma tangível.

(E só vai ficar pior)

Gameplay

O fundamento da gameplay se encontra na exploração do cenário a fim de cumprir seu trabalho e instalar antenas que possam analisar as ondas de rádio, com sorte, as neutralizar. Evidentemente, há muito mais nisso do que um simples parágrafo.

Longe de lutas demoradas, o desafio se encontra nos próprios mapas que servem como puzzles amigáveis que mais estimulam a apreciação do cenário do que a frustração do jogador. Além de que entre vivos e não-vivos, Riley não  estará sozinha por esta longa noite.

Equipada com um rádio capaz de sintonizar frequências do mundo humano, e agora de outros mundos também, abrindo fissuras no tecido temporal contínuo, esta ferramenta é o primeiro grande elemento das mecânicas de gameplay.

O segundo é o walkie-talkie, ferramenta com a qual o jogador se comunica com outras pessoas na região, estreitando laços e contextualizando a situação para  além dos limites de Camena.

Por fim, opções de acessibilidade sempre devem ser frisadas quando disponíveis e o título oferece desde fonte alternativa a uma de tamanho maior, facilitando os pontos de decisão nos diálogos para jogadores que jogam distante da tela ou possuem alguma limitação física.

(Ok, amigo, isso não foi divertido.ido (funnie))

Música e aspectos gráficos

A música de OXENFREE II é interessante, não exatamente por portar um grande repertório no aspecto quantitativo, mas através de poucas composições e sons, o jogador é levado a entender a situação. O gênero vaporwave encaixa com as ondas sinistras e informa que a situação não está boa, para Riley, Camena e o mundo.

Com a câmera afastada, o foco repousa nos ambientes os quais Riley e Jacob devem trilhar, e existe uma identidade para cada um destes cenários menores que compõem o maior, de forma que fica mais simples de se locomover e localizar mesmo sem precisar abrir o mapa repetidas vezes.

(...)

Considerações finais

A última vez que me espantei com a naturalidade de uma dublagem foi em L.A. Noire, mais especificamente a animação do rosto com a fala, OXENFREE  II conseguiu o feito de causar o segundo espanto pela escolha do diálogo e atuação, uma experiência narrativa interativa interessante.

Quase como acompanhar uma série da Netflix em que você pode mudar o rumo da história, Riley traz  em sua jornada diversas reflexões que tocam em pontos fundamentais humanos, como o embate do dever-ser e o querer-ser.

Assim sendo, para jogadores fãs do sobrenatural e a natureza humana, o título….Com.Certeza.É.Uma.BOa.Pedida.

Esperamos.Vocês.


Esse texto é uma contribuição do player Arius Serph @ Behemoth.

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