World of Final Fantasy | Review

Saudações de chegada! Com o aniversário de 35 anos do primeiro Final Fantasy em dezembro do ano passado e o lançamento recente do Theatrhythm Final Bar Line reacendendo o amor à serie de maneira geral acredito que seja um bom momento de visitar um outro jogo com um sentimento semelhante.

World Of Final Fantasy foi lançado no fim de 2016 e está disponível para PS4, Xbox One, Nintendo Switch, PSVita e Steam. É um jogo recheado de referências a muitos jogos da série e que deixarão todos os fãs de longa data dizendo “ah, Fulano daquele FF…. não acredito! Siclana daquele outro FF…. olha só esse mapa do FF”.

Mas novatos também tem sua diversão garantida com o ritmo leve e o clima descontraído na interação entre os irmãos durante a trama para mergulharem de cabeça no mundo das fantasias finais.

História

Acompanhamos a dupla de irmãos Lann e Reynn em sua jornada de autodescobrimento dentro de Grymoire, um mundo habitado por Jiants e Lilikins, repleto de Mirages, nome dado aos seres diversos dos humanos, os quais incluem desde chocobos até behemoths, ou seja, nossos velhos amigos de outros FF.

Sabendo apenas que são herdeiros do título de Mirage Keepers sem muitas outras memórias, os dois partem em busca de mais informações enquanto colecionam aliados e auxiliam a população das localidades por onde passam.

Parece uma premissa bem simples, até colocar o nome de Tetsuya Nomura como o Diretor Criativo na receita do bolo. Aqueles que jogaram outros jogos em que foi responsável sabem que o homem é conhecido por seus plot twists e twists de plot twists, twistception.

Fim do mundo. Tempo. Profecias. A realidade para além da realidade. Estes são apenas alguns dos temperos que estão presentes. Até porque o mais importante são os trocadilhos do Lann.

(Eles colocaram até referência ao Stranger of Paradise. /sarcasmo)

Gameplay

De maneira simplificada, a progressão no jogo se dá de maneira linear em um revezamento entre cidades e dungeons com encontros aleatórios espalhados pelo mapa, mas dizer apenas isto seria injusto com a complexidade que o jogo oferece.

O combate é onde a verdadeira diversão começa, porque ao citar mais cedo sobre colecionar mirages talvez a noção que tenha ficado fosse a de que este jogo é um Final Pokémon, mas não. Quer dizer, também acaba sendo, mas entenderão depois da explicação.

(Ramuh? Seu culto.)

O centro das lutas se baseia no gerenciamento das stacks, onde você pode empilhar 3 elementos de tamanhos diferentes (pequeno/médio/grande) combinando suas habilidades e atributos em uma só escadinha de destruição. O contraponto é que você também acaba por combinar as suas vulnerabilidades, logo talvez possa imaginar o estrago que uma gota de água faria em uma stack de bombs.

Além disso, ao empilhar mirages com habilidades de elementos iguais, como Fire, adquirirá outras de nível mais alto para a stack, Fira. Lann e Reyn fazem parte desta equação ao serem livres para mudar de tamanho entre pequeno e grande porte e terem as Mirajewels, habilidades cristalizadas e equipáveis aos dois.

Considerando o fluxo do combate em si, pode ser tanto um modo Ativo ou Semi-ativo baseado na ideia do ATB, seu turno chega no momento em que seu ícone chega ao topo da barra, sendo a escolha à cargo do jogador.

Por fim, não poderia deixar de citar o trabalho magnifico que a equipe de localização fez neste jogo, pois, apesar de não ter português brasileiro nas opções, ao jogar com o áudio em japonês e legendas em inglês percebi que tiveram uma tarefa colossal de “traduzir” trocadilhos elaborados e o fizeram muito bem, porque o jogo é recheado deles. Vou deixar aqui um vídeo de exemplo e coloco na descrição a explicação do que ocorreu para os interessados.

Mirages

O jogo circula em torno da obtenção de mirages e consegue deixar essa tarefa interessante ao adicionar as Transfigurations, semelhante ao conceito de evolução do pokémon/digimon.

Cada transfiguration costuma ter seu tamanho e habilidades próprias que ajudam tanto nas batalhas como na interação com elementos do mapa (uma mirage pode encontrar itens escondidos andando ao seu lado por exemplo), além de ser palpável a diversão que a equipe estava tendo ao escrever de maneira bem descontraída o texto que acompanha cada uma delas, que pode ser visto no momento da “captura” ou no seu Mirage Manual em casa.

(Mais rápido que eu quando sai música nova do FFXIV no Spotify.)

Música e aspectos gráficos

Partindo da participação no coro de One Winged Angel no FFVII original para um trabalho mais robusto em FFX e um legado proeminente na trilogia do FFXIII, Masashi Hamauzu é o responsável pela música de World of Final Fantasy.

Com seu estilo influenciado pela música clássica e experiência em outros jogos, a ambientação sonora é muito presente no aspecto de te deixar confortável durante as andanças nas dungeons, algo próximo à sensação passada ao escutar March Of The Dreadnoughts (FFXIII) com o piano se divertindo ao lado de um violino. Durante as lutas críticas a cena muda e pode sentir a tensão puxada mais para o lado do violino do tema de batalha do mesmo jogo (inclusive, não sei como o violinista não entra em combustão ao tocar essa parte).

A parte disso, as referências a outros títulos da série de Final Fantasy não se limitam a personagens e monstros conhecidos, mas também se encontram na música de maneira “Masashizada”, munida de certo tom florido clássico. Mesmo antes de ver o nome em tela, sabia que tinha dedo dele no meio, todo compositor tem uma assinatura e aqui não foi diferente.

Complementar a isso, os cenários baseados em outros Final Fantasy completam a experiência, pois se aparentam serem simples à primeira vista é apenas para reforçar a atmosfera confortável que o jogo busca passar entre a interação descontraída dos personagens, música alegre e cores marcantes. Ah, os golpes com animação detalhadamente longa estão mais uma vez presentes.

Considerações finais

(Um jogo para toda a família. Veteranos e novatos. Primos e sobrinhos.)

World of Final Fantasy foi uma experiência muito agradável pela junção dos elementos citados durante a análise. Pessoalmente, é um jogo para jogar com os filhos, primos, sobrinhos ou alguém que está dando os primeiros passos no Mundo de Final Fantasy como forma de introduzir aos elementos que compõem a série de forma bem leve. Sinto como se fosse um título que serve de ponte entre gerações. Perfeito para a comemorações de aniversário como esta que está por vir.

Nos trocadilhos de Lann ou curiosidades aleatórias expostas por Reynn ao embalo da música de Hamauzu e história de Nomura, World of Final Fantasy é um prato cheio de diversão e desafios, seja montando uma boa stack seja tentando encontrar uma mirage específica. Que esta análise possa servir de recomendação sincera a todos aqueles que gostam da série.

A despedida não poderia ser outra que não com este vídeo, então até o próximo encontro, さらばだ!

Author: Aro
Idealista que se empolga com música, comida, pescaria, trocadilho, boas histórias, filosofia, animais, café, pessoas animadas e... na verdade, eu me empolgo fácil mesmo.

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