Shadowrun Returns | Review

Saudações de chegada! Em um futuro próximo, braços cibernéticos e magia coexistem num mundo afundado em espionagem corporativa que prende todos em sua teia. A review de hoje vai pro primeiro título da série, Shadowrun Returns!

Lançado originalmente em 1989, a série tática que carrega o nome do primeiro jogo e da profissão do personagem principal, une elementos tecnológicos, mágicos e de fantasia em um mesmo título com pitadas de suspense e horror.

Sem mais delongas, avante!

(A diferenciação de nome vs como é conhecido nas ruas evidencia a dualidade de cenários.)

História

Em Shadowrun Returns, o jogador assume a profissão de shadowrun (!) cujas tarefas se ligam às grandes corporações e seus interesses. Como o nome sugere (“correr nas sombras”) são trabalhos que não podem ser descobertos pelas implicações que causariam às contratantes de seu serviço.

Pela vastidão da natureza dos ofícios, uma hora pode estar nos melhores estabelecimentos de luxo trajando das melhores roupas, noutra, pode estar vendendo o almoço para conseguir jantar, é neste último estado que iniciamos o jogo.

Sem trabalhos e lutando apenas para sobreviver, você recebe a ligação de um amigo e companheiro de profissão apenas para descobrir de sua morte. Oferecendo uma recompensa diretamente ao jogador, ele gostaria que a pessoa responsável fosse levada à justiça, viva ou morta.

O que vem a seguir é uma série de revelações ligadas em uma teia de conspiração. Um serial killer, histórias mal resolvidas do passado e muito dinheiro envolvido. No que se propõe de ter uma história brutalmente realista de matar-ou-morrer, o título se sai bem em como posiciona seus personagens no contexto da espionagem.

(Começa como uma investigação para honrar a memória de um amigo e só é ladeira abaixo.)

Gameplay

Após uma série de pragas distópicas, a magia retornou ao mundo e com ela transformou parte dos humanos em orcs ou trolls, crianças nascendo com mutações que mais tarde descobriam se tratar das novas raças dos elfos e anões. Essas cinco raças então ficaram conhecidas como “metahumanos” e são também as classes disponíveis ao jogador e suas unidades.

Cada uma possui bônus específicos a alguns atributos, por exemplo, elfos ganhando um ponto de karma a mais em carisma, e podem desempenhar melhor uma determinada função, mas não se restrigindo a esta. Além disso, recém citado, o sistema de karma substitui os níveis de experiência (não há “level up”) e são adquiridos com as diversas interações e escolhas durante as lutas e história.

Entre as funções, temos 6 arquetipos definidos:

  • Street samurai: combatentes físicos que seguem o Bushido, Caminho do Guerreiro
  • Rigger: manipulam veículos e tecnologia especializados para o combate à distância
  • Decker: hackers que são capazes de entrar no banco de dados das corporações para conseguir informações e manipular o campo de batalha desativando barreiras, armadilhas, etc
  • Shaman: unem-se a entidades mágicas e são capazes de distribuir buffs aos aliados e debuffs aos inimigos
  • Mage: controlam o recém-descoberto fluxo de magia que apareceu no mundo. Não limitado a magias negras, também podem prestar suporte à equipe
  • Physical Adept: usam técnicas de magia para refinar o seu corpo e se tornarem máquinas de destruição

Apesar da definição, o jogador é livre para distribuir os pontos da maneira que achar melhor, criando a possibilidade de um personagem único.

Por fim, o combate tático em turnos une todos estes elementos das funções com sistemas de cover e laylines no ambiente que potencializam aspectos mágicos do personagem que se mantiver sobre este terreno (em algum lugar, escuto os black mages do FFXIV correndo para ver melhor esta variação).

(O ápice do Caminho do Guerreiro: arma!)

Música e aspectos gráficos

Com a temática cyberpunk-mágica de fantasia, as composições musicais resultantes desta mistura apresentam desde os acordes de guitarra mais pesados até as batidas mais calmas ambientes. Uma variedade satisfatória para os diferentes cenários expostos.

E por falar em cenários, muitos destes trazem a junção destas características que vem sendo citadas desde o começo da review. Tons escuros ou uma iluminação para representar a insalubridade de uma localização ou fatores que evidenciam de fato a junção da realidade e fantasia.

(O ponto de encontro entre a fantasia e tecnologia distópica)

Considerações finais

Com a proposta de aliar uma história corporativista a uma gama de possibilidades de personagens que se desenvolvem no mundo através de suas interações e escolhas, Shadowrun Returns é um título que inicia a trilogia e abarca os elementos sociais de um jogo de mesa.

Sendo possível até mesmo escolher o tipo de etiqueta em que seu personagem é proficiente para ter acesso ou não a algumas falas de determinados contextos, este é apenas um dos mecanismos disponpiveis para exploração entre os combates da trama.

Com esse quê a mais de personalização do personagem principal, é uma boa pedida para os fãs do gênero estratégico ou deste tipo de história, afinal, um modo fácil também se encontra presente para aqueles que gostariam mais de se aprofundar na trama do que passar muito tempo batalhando. Dito isso, que nos encontremos em nosso próximo trabalho, さらばだ!

Author: Aro
Idealista que se empolga com música, comida, pescaria, trocadilho, boas histórias, filosofia, animais, café, pessoas animadas e... na verdade, eu me empolgo fácil mesmo.

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