Chained Echoes | Review

Saudações de chegada! Um mundo mágico de reis e guerreiros, dragões e calabouços, intrigas e… mechas! A review da vez nos transportará a Valandis, um continente mergulhado em guerra e que por fim acabara de conhecer a paz, mas por quanto tempo?

Chained Echoes é um jogo criado basicamente por uma só pessoa com combate em turnos e gameplay focada na história que acolhe diversos fatores dos grandes clássicos do gênero da época de SNES e apresenta algo novo nascido desta sinergia.

Sem mais delongas, avante aos castelos e campos de batalha!

(Grandes sonhos e uma jornada maior ainda)

História

Valandis é um continente que abrigara a grande cidade mágica Nhysa há mais de 3000 anos, mas que com sua ruína deu lugar a três grandes reinos: Taryn, ao norte; Gravos, a leste; Escanya, ao sul. Cada um destes apresenta uma área de proficiência ou destaque, seja para batalha ou comércio.

A trama começa no apogeu de um embate que já dura 100 anos entre Taryn e Gravos. Estando ocupada por forças inimigas, o reino de Gravos oferece uma recompensa generosa ao Band of Iron Bull para que seja a força de vanguarda e abra caminho para suas tropas. Vista como uma missão suicida, culmina em uma explosão gigantesca que devasta soldados dos dois lados, pondo, forçadamente, um fim à guerra.

Dois dos sobreviventes do ocorrido se dirigem, um ano após o incidente, ao reino de Escanya, onde um acordo de paz há de ser assinado para formalizar o fim do combate, entretanto, uma série de acontecimentos inoportunamente estranhos rompe qualquer esperança de um cessar-fogo duradouro.

No meio da confusão, os integrantes da que virá a ser uma equipe se encontram da maneira mais inusitada possível. Uma princesa e seu subordinado, um ás de mechas e seu superior, um bardo que coleciona histórias (e anos que ultrapassam gerações) e uma ladra cheia de atitude e lábia.

Destino após destino, o contexto de cada um é desenvolvido e se emanharam com os fios da trama em revelações e plot twists. Por seu foco ser na história, não surpreende em nada ao perceber que o título pode ser elevado ao patamar de outras grandes referências, como Final Fantasy VI e Chrono Trigger.

(Um nobre loiro com cabelo pro lado que destrata plebeus... por que eu sinto que um soco está iminente?)

Gameplay

Em primeira instância, é de se notar que a velocidade de movimento dos personagens pelo mapa garante uma dinamicidade não vista nos clássicos, pois, somando-se ao fato de ser possível desviar dos encontros com monstros no campo aberto, podemos percorrer grandes distâncias e explorar sem muitos contrapontos.

O combate em turnos apresenta sistema de fraquezas e o overdrive/overheat. Este último exige um planejamento e gerenciamento das habilidades que o jogador utilizará em batalha para que se mantenha em estado de overdrive (garantindo melhor ataque/defesa) e evitar o overheat (infligindo pior ataque/defesa). Outro fator relevante é que, no geral, nenhum encontro demanda muito tempo.

O sistema de craft de equipamentos, tal qual de habilidades, também se junta ao ponto da gameplay ao oferecer fonte diversa de customização a determinada situação (ou mais comumente, encontro com determinados chefões).

Por fim, é possível encontrar minijogos e missões secundárias por toda a aventura misturadas pelo mapa, não há um indicativo “fale com esta pessoa para salvar o gatinho na árvore”, logo, recompensa a exploração do jogador curioso.

E o mais importante: dá para fazer carinho nos gatinhos e doguinhos!

Música e aspectos gráficos

Tendo sua fonte de inspiração nos JRPGs de outrora, o pixel art “estilo 16-bits” presente no título remete ao passado com toques que só seriam possíveis atualmente. Com uma variedade de paisagens, monstros e personagens, há muito para se apreciar na obra neste quesito.

Já para a música, Eddie Marianukroh conseguiu o feito de soar original em suas influências e pincelar Chained Echoes de maneira musical. Diferentemente da época que servira de fonte para o visual, aqui, tratamos dos aparatos mais comuns da era PSX.

Para finalizar, o tema musical principal de um jogo normalmente poderia ambientar a intenção do criador de onde posicionar o jogador, mas neste caso a impressão forte que fica é de que o tema é a própria história sendo narrada do começo ao fim, logo, quem sabe seu interesse não seja despertado com a música a seguir?

O compositor colocou toda a trilha sonora no Youtube, mas no caso seria só a primeira!

Considerações finais

Tendo recentemente completado 1 ano, Matthias Linda apresenta em Chained Echoes uma história épica onde dragões e mechas coexistem, mas que são apenas figuras secundárias à teia de ambições e traições que permeiam os reinos de Valandis embaladas por uma variedade de composições musicais.

Uma verdadeira carta de amor aos clássicos, serve em seu propósito de apresentar a uma nova geração uma grande fábula e quem sabe os encaminhar a novos horizontes. Para aqueles que buscarem uma experiência ainda mais relaxante, é possível diminuir o grau em que os monstros notam o jogador, assim como seus status, favorecendo dita busca.

Dito isso, fica a sincera recomendação a todos fãs e ainda não fãs do gênero pelo carisma dos personagens e tudo mais exposto, então até o próximo encontro, さらばだ!

(Não poderia encerrar sem antes demonstrar a beleza clássica dos chefes)
Author: Aro
Idealista que se empolga com música, comida, pescaria, trocadilho, boas histórias, filosofia, animais, café, pessoas animadas e... na verdade, eu me empolgo fácil mesmo.

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