Armored Core VI: Fires of Rubicon | Review

Saudações de chegada! Da mesma empresa responsável por proporcionar contos épicos de dor e superação embaladas por músicas notáveis orquestradas, é hora de entrar no robô!

Desde o seu lançamento em 1997, a série Armored Core vem se reinventando a cada jogo, e no seu sexto título não poderia ser diferente. Sob as asas e alcunha do Corvo, o humano modificado número 621 marca sua trajetória pelas cinzas e brasas de Rubicon, um planeta desolado. E o melhor, legendado em português!

Um agradecimento devido à Bandai pela key de review, muito obrigado!

(Talvez a review tenha demorado um pouco mais que o planejado graças a certos indivíduos)

História

O título se passa num futuro onde a humanidade não habita apenas um planeta, na verdade, formara algo semelhante a uma civilização interestelar espalhada em vários destes diversos. O foco do título recai sobre um no limiar desta sociedade, Rubicon 3.

Distinto pela existência de uma substância de cor escarlate, chamada apropriadamente de “Coral”, Rubicon se tornou o foco do avanço da humanidade pelo uso deste material com propriedades tanto condutoras de informações quanto como forma de energia. Até que a tragédia conhecida como Incêndios de Íbis dizimaram toda essa matéria assim como modificaram para sempre a geografia do planeta e seus arredores em chamas vibrantes de energia. Ou assim se pensava.

Cinquenta anos após o ocorrido, sinais de Coral foram detectados em Rubicon mais uma vez, iniciando uma corrida envolvendo corporações, rubiconianos e mercenários. Cada qual com o seu motivo, as chamas do conflito são reacendidas.

O jogador controla o mercenário conhecido apenas pela designação C4-621, um humano modificado participante, ou sobrevivente, da Quarta Geração das cirurgias de melhoria para pilotos de Armored Core. Entrando ilegalmente no planeta sob o comando de “Handler (Treinador) Walter”, acaba por adquirir a identificação Rb23 “Raven”. A partir deste momento, como as peças vão se movimentar e o seu desfecho dependerá do herdeiro da alcunha “Corvo” e você, o jogador.

Com a presença de  várias facções e indivíduos marcantes dentro de cada uma destas, o título oferece não apenas mais de um final, mas também uma experiência de New Game+ mais robusta semelhante à de Nier: Automata. Para aqueles que não tiveram a oportunidade de jogar ainda, isto significa que a história como um todo não se apresenta completa em todos os seus aspectos na primeira jogada, evidentemente há um fim, mas fica a forte recomendação para o novo jogo+ (mesmo que apenas busque o desafio da gameplay).

Qual será o destino de Rubicon e o que o legado do Corvo irá lhe proporcionar? O quão alto será possível voar através de asas emprestadas? Estas e muitas outras são indagações que o aguardam.

(C4-621, qual o seu objetivo?)

Gameplay

Definitivamente um dos pontos mais altos do jogo. A extensa customização do AC (Armored Core) e a diversidade no combate, seja pela adaptabilidade na escolha de peças, ou armas, específicas ou bom uso do terreno nos embates, garantem que cada jogador possa resolver a sua maneira cada luta ou missão.

Aos iniciantes

Acompanhar clipes ou streams de AC6 pode passar a impressão de algo sobrecarregado, não amigável a viajantes de primeira viagem que podem pensar “não conseguiria jogar, é muito confuso”. Entretanto, o jogo oferece uma série de tutoriais progressivos, os quais explicam um tópico por vez:

  • os tipos de arma e seu dano (cinético/energético/explosivo/corpo-a-corpo);
  • formas diferentes de montar o seu AC (leve/médio/pesado), recompensando peças de graça para que o jogador possa assimilar a sua gameplay após cada sessão;
  • características do combate (barra de stagger, etc);
  • movimentação para cada estilo geral de AC;

Por intercalar missões e treinamentos, há tempo de experimentação e prática antes de jogar tudo na tela, o que influencia muito a curva de aprendizado inicial para aqueles que não estão acostumados ao gênero.

Mas saiba, este ainda é um título da From Software. Talvez o boss do tutorial mesmo faça lembrar disso.

("Meu deus, como assim ainda é o tutorial!?")

Monte. Desmonte. Remonte. Mais uma vez.

Partindo da ampla gama de peças e armas disponíveis, é difícil dizer que existirá uma forma de montar suprema capaz de cumprir todas as missões, por isso a customização do AC faz parte intrínseca de sua jornada em Rubicon.

Recompensas de missões, registros de batalhas, baús espalhados nos mapas e disponíveis para compra na loja, há mais de um meio para adquirir a matéria-prima do que virá a ser a vitória em combate. Balancear diversos fatores como peso, velocidade, capacidade de carga, produção de energia, armas e seu tipo de dano durante a montagem a fim de maximizar as chances de sobrevivência é recompensador, pela forma visual de seu AC e a superação do embate posterior.

Detalhe notável é a capacidade de revender as peças adquiridas pelo mesmo preço de compra, favorecendo ainda mais a troca do que se acha ou não necessário.

Além disso, é possível baixar modelos de outros jogadores prontos através de códigos que cada pessoa pode disponibilizar em redes sociais, fóruns ou algo do gênero. A criação da comunidade nesse ponto e para adesivos/emblemas foi algo que me fez passar um tempo pesquisando e encontrar até mesmo a Marca do Caçador (Bloodborne), ou um moogle, disponível para download foi divertido.

(Quase como brincar de Lego. Se o Lego tivesse o tamanho de um prédio. E destruísse frotas inteiras.)

Missões, Arena, Ninho e localização

O progresso entre as missões é dividido em uma série de mapas fechados, limitados por uma parede invisível, especificando a arena dos encontros. Em momentos de luta, é possível notar que o cenário oferece oportunidades as quais influenciam no fluxo da batalha. Uma parede, um teto mais baixo ou a extensão disponível para movimento e o seu próprio arsenal são elementos que dão vida aos arredores. Em contraponto, nos momentos de exploração também podem esconder outras surpresas.

Arena e Ninho são duas facetas da mesma ideia: o foco no combate indivdual de ACs. No primeiro, semelhante ao Coliseu, uma lista de dados de combate está disponível para que o jogador se desafie e tente cada vez mais subir nos rankings, a prêmio de dinheiro e peças. Já o segundo é o espaço designado ao PvP entre jogadores. É necessário ter acesso a PSN Plus no caso do Playstation.

Por fim, a localização do jogo não deixa nada a desejar. Com áudios em inglês e japonês, as legendas fazem jus a fala de forma a adaptar termos para nossa realidade brasileira.

(Invencível o quê, meu consagrado?)

Aspectos visuais e música

Desde os detalhes presentes nos mapas até o  cenário mais ao fundo foram bem trabalhados para demonstrar a grandeza dos ACs e da civilização local, por meio de suas construções e iluminação. Meu Armored Core pode atestar na imagem a seguir.

Um modo foto está disponível a qualquer momento, bastando o jogador pausar, acertar as configurações desejadas e tirar a foto, adquirindo um potencial épico plano de  fundo.

Outro ponto que chama bastante atenção no visual é a apresentação dos “chefões” em algumas fases. Com um pouco de experiência, é possível saber só de olhar as ferramentas disponíveis ao AC adversário, mesmo assim, a união da música, fala e posicionamento da câmera é bem pensado para passar a ideia “você tá ferrado, bem ferrado”. Comum nos jogos de soulsborne, isto é dado um tom mais heróico/desafiador pela música.

E falando nela, as composições musicais são tecnológicas, futurísticas, acompanhando a proposta apresentada desde o princípio. Para além de batidas, certos personagens ou situações tem uma música própria, o que pode deixar em alerta ou inspirar bravura nos momentos adversos, como as notas que indicam a chegada de um “parceiro”.

(621, apresentando-se ao combate, kupo!)

Considerações finais

(A sensação proporcionada por dominar o combate é algo único.)

Com o ano repleto de bons lançamentos em 2023, é fácil deixar passar até mesmo um título conhecido, quem dirá algo aparentemente nichado como lutas de mechas. Entretanto, Armored Core VI é muito mais que só isso.

Da forma de contar sua história, as revelações e as escolhas oferecidas ao longo do caminho, os sacrifícios, as lutas épicas, os companheiros que vieram e se foram, o tempo desprendido aprendendo e reconfigurando estratégias até o triunfo. AC VI oferece o sentimento conhecido de outros jogos como Bloodborne ou Sekiro com sua ação veloz e necessidade de raciocínio rápido, mas o faz de maneira única que só pode ser presenciada neste título por causa de todos os elementos expostos.

“Vamos mostrar a eles que há um futuro para Rubicon para além desses céus em chamas!”

 

 

Nas asas do Corvo que cruza até o mais alto dos firmamentos, para onde você irá voar?

 

 

さらばだ。

Author: Aro
Idealista que se empolga com música, comida, pescaria, trocadilho, boas histórias, filosofia, animais, café, pessoas animadas e... na verdade, eu me empolgo fácil mesmo.

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