The Lamplighters League | Review

Saudações de chegada! Nas noites escuras francesas da década de 40 se esconde um mistério que levará os melhores entre os piores aos confins do mundo em uma trama de aventura, furtividade e muito combate estratégico.

The Lamplighters League and the Tower at the End of the World (o nome propriamente completo) traz a equipe por trás da trilogia Shadowrun, um clássico de 25 anos recém aparecido, em uma nova temática com visuais e tecnologias modernas aliados ao embate tático em turnos.

Sem mais delongas, avante ao fim do mundo!

(Descrição auditiva figurando em um dos pontos de acessibilidade, muito bom!)

História

A história inicia em uma espécie de tutorial que serve tanto para demonstrar o básico das mecânicas do título como para definir o ponto de partida da narrativa: uma missão de coleta de um pacote “atrasado”. O conteúdo deste estando fora da alçada do que se poderia imaginar em um primeiro momento leva a mais dúvidas do que respostas, além de, claro, o próximo destino.

Sendo a equipe controlada pelo jogador de desajustados sociais, como o próprio jogos os define “os melhores entre os piores”, pouco a pouco se percebe que o contratante por trás dos serviços está envolvido com algo em escala mundial e seu time acaba por se emaranhar nesta teia de objetos mágicos e profecias.

Em suas 40~60h, temos a oportunidade conhecer 10 personagens e suas histórias de fundo enquanto se busca evitar a destruição do mundo. Em certos momentos se pode dizer que o ritmo do conto pode ficar um pouco arrastado e depois um pouco corrido ao se aproximar do final, deixando alguns pontos a serem resolvidos em alguma história futura. Mesmo assim, ainda traz um fim satisfatório à proposta desenvolvida.

(Espera, ela disse que o que indica o destino dos ladrões?)

Gameplay

A progressão ocorre por grandes mapas que alocam uma série de (possíveis) batalhas em face do jogador. Uma vez que a localização dos inimigos, tais quais os itens dispostos, são gerados de forma procedural, a experiência tende a ser personalizada a cada playthrough.

O grande atrativo do título no aspecto de jogabilidade estratégica está na dualidade furtividade x combate deflagrado e as características, ou função, de cada agente, pois estes tem golpes específicos disponíveis dentro e fora do combate. Por exemplo, Lateef cumpre a função furtiva e pode nocautear até dois inimigos sem chamar atenção por não fazer barulho, já em batalha executa ações evasivas que buscam o levar para fora do raio dos inimigos.

As unidades que se juntam à equipe já vem com uma função definida, o que alivia no lado de gerenciar o que desenvolver em cada um e concentrar em quem levar para cada mapa. Por outro lado, se um integrante é utilizado repetidas vezes o fator psicológico deste fica abalado, gerando stress e uma série de potenciais de efeitos negativos, o que leva o jogador a rotacionar suas opções.

Por fim, à medida que se avança na história e se tem acesso ao mapa-múndi é possível recrutar pessoas de todos os cantos desde que sua reputação obtida através dos serviços esteja em alta naquela região, assim como a influência da entidade antagonista esteja mais fraca.

(Ainda tem sistema de cover, elevação de terreno, objetos interativos, o sistema de batalha foi bem trabalhado em suas opções)

Música, aspectos visuais e técnicos

Tirando pela batida de composições específicas, o título utiliza dos instrumentos clássicos para criar uma ambientação por vezes heroica e por vezes relaxante, tendo até mesmo ritmos como jazz presentes na noite parisiense. A música de preparação prévia às missões cabe ao exemplo do lado heroico, provocando certa tensão ao estilo “se isso tá tocando aqui, não quero imaginar o que vai vir no mapa”.

Já no visual temos um leque de cenários que começam nos grandes centros urbanos e aos poucos passam a incluir florestas, desertos e ruínas como os vistos em jogos como Uncharted ou filmes como Indiana Jones.

Observação válida deve ser feita em relação a atuação na dublagem muito bem executada, mais do que falas em um roteiro, a fluidez e naturalidade presente nas interações entre os personagens reflete na percepção de como os enxergamos e ajudam a criar uma identificação ao longo da trama.

 

(O Mago do Glamour é equipado com 500 glamour prisms para... espera, jogo errado.)

Considerações finais

The Lamplighters League and the Tower at the End of the World é um bom título tático que apresenta personagens muito carismáticos graças a sua dublagem, uma trilha sonora orquestral trabalhada e uma proposta de combate interessante pelos elementos reunidos dos mapas em si e os agentes disponíveis com suas funções.

Por outro lado, a forma procedural em que os inimigos são dispostos no nível pode não ser amigável nem mesmo aos veteranos do gênero, quem dirá aos novatos interessados, afinal, perceber no meio do mapa o qual já passara quase uma hora que uma batalha não é apenas inevitável como apresenta excessiva onerosidade para a equipe escolhida não é a melhor das sensações.

Assim sendo, oferece o desafio aos amantes de estratégia em uma jornada satisfatória pelos elementos técnicos abordados, mas ao considerar o preço cheio nas plataformas em que está disponível, não seria viável como título de primeira viagem. Não obstante, ainda fica a recomendação desde que devidamente avisados do potencial pico de dificuldade aqui e ali, então, até o próximo trabalho, さらばだ!

Author: Aro
Idealista que se empolga com música, comida, pescaria, trocadilho, boas histórias, filosofia, animais, café, pessoas animadas e... na verdade, eu me empolgo fácil mesmo.

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